Como usar o 5 Porques
Devido a pedidos de leitores, vou falar aqui sobre como usar o 5 Porques.
Darei um exemplo de problema que ocorreu numa empresa fictícia, abaixo.
Vocês sabem que quem criou o 5 Porques foi Taiichi Ohno, ex-vice presidente da Toyota Motor Co.
Vejam quem foi Taiichi Ohno no artigo “História da Toyota e seu Sistema Toyota de Produção”
Neste artigo falamos mais um pouco sobre como usar o 5 Porques.
E uma das premissas do método é que na análise deve ser evitado que sejam feitas PRESSUPOSIÇÕES.
Ohno disse que a analise deve ser baseada em FATOS!
Um outro erro que ocorre muito é que em vez de se levantar as causas, são colocados os problemas ocorridos.
Uma dica para evitar isso e que eu uso muito inclusive quando explico as outras pessoas.
Causa não tem movimento, não tem ação!
Se o texto da causa denotar ação, não é causa!
Por exemplo:
A maquina parou!
Se dissermos que a causa foi: o operador apertou o botão errado – existe uma ação aqui.
Então não é uma causa!
Mas se dissermos que o botão não estava identificado – não existe movimento aqui.
Pode ser uma provável causa e nem é pressuposição, pois viu se que o botão estava sem identificação, é uma evidencia observada.
Vejam outros artigos sobre 5 Porques, cliquem abaixo para acessar:
“Objetivo dos 5 Porques é buscar a causa real”
“O Princípio dos 3 Gen no 5 porque da Toyota”
“Objetivo dos 5 Porques é buscar a causa real”
Exemplo de analise 5 Porques
Vejamos um exemplo, um problema ocorrido na empresa fictícia.
Digamos que seja uma indústria, então existem muitos refugos.
Peguemos um determinado tipo de refugo e há uma reunião dos envolvidos
É iniciada a análise.
Analise
Bom, sabemos que é iniciado com um Brainstorming!
Brainstorming
Veja artigo sobre como fazer um Brainstorming, clique abaixo
“Como fazer Brainstorming para ter sucesso no Kaizen”
Foram levantados vários problemas que podem ter ocorrido.
E chegaram à conclusão que a três abaixo são as mais prováveis:
- Maquina instável
- Erro de medição
- Leitura errada do desenho
Ai a turma vai ao local do ocorrido.
Lembram-se que Taiici Ohno disse que numa analise deve-se ir ao GEMBA!
GEMBA é o local onde ocorreu o problema.
GEMBA e os 3 GEN
Gemba faz parte do Princípio dos 3 GEN da Toyota.
Vejam o artigo “O Princípio dos 3 Gen no 5 porque da Toyota”, clique para acessar.
Os 4M do Diagrama de Ishikawa
Chegam lá e fazem a verificação baseada nos 4M (Maquina, Mão de Obra, Método, Matéria Prima)
- Verificam a máquina
- Entrevistam os operadores
- Verificam a documentação
- Verificam o produto
Chegam a conclusão que o que causou o refugo foi “Erro de medição do operador”.
Mas o que causou o “Erro de medição”?
- Operador mal treinado em medição?
- Equipamento de medição fora de calibração?
- Operador acompanhou o Plano de medição?
Ao conversar e verificar a habilidade de medição do operador, viram que este não estava adequadamente habilitado.
Então o operador estava mal treinado em medição!
Normalmente o que se faz aqui e a maioria faz é retreinar o operador.
A solução imediata e mais fácil! E está resolvido? Errado!
O problema volta a ocorrer.
Isso é um erro corriqueiro.
O correto é fazer os passos seguintes.
Qual o setor responsável pelo controle dos treinamentos?
O RH (Recursos Humanos)
Foram então ao RH.
Chamaram o responsável pelos treinamentos e iniciaram uma entrevista.
E iniciaram a análise de 5 Porques juntamente com este.
Vieram as perguntas e as respostas.
O coordenador do 5 Porques anota tudo.
Os 5 Porques
O problema é “Operador mal treinado em medição”, iniciam dai.
1º Porque – Porque ele foi maltreinado?
1ª. Resposta: Este treinamento específico não constava de seu Plano de treinamento!
2º Porque – Por que este treinamento não constava do Plano?
2ª resposta: Seu Plano não estava atualizado!
3º Porque – Porque não estava atualizado?
3ª resposta: O responsável só atualizava quando comunicado, e não verificava periodicamente o Plano.
4º Porque – Porque não era verificada periodicamente?
4ª resposta: Não era rotina e só fazia quando lembrava
5º Porque – Por que não era rotina?
5ª resposta: Rotina não estava documentada.
Mas que tipo de documentação seria necessário?
Um procedimento determinando a rotina quem, o que, como, onde e quando fazer.
E um Check List para controlas o monitoramento periódico do Plano.
Causa real: Rotina de monitoramento do Plano de treinamento não documentada.
Ação corretiva:
Elaborar um procedimento da rotina de monitoramento do Plano: quem, o que, como, onde e quando fazer.
Elaborar um Check List de controle de monitoramento.
Abrangencia
O que muitas vezes se esquece, é verifica a abrangência da não conformidade.
Tem que se perguntar:
- Não pode ocorrer em outro local?
- Não vai ocorrer com outro operador?
A análise da abrangência é de suma importância.
Conclusão
Passei um exemplo simples, para mostrar de modo claro de como usar o 5 Porques.
Mas a analise e a ação tomada foi fundo no problema.
Pois se só tivessem retreinado o operador, o problema voltaria a ocorrer.
Este artigo teve como base o artigo japones “O que é 5 Porque” , clique abaixo para acessar:
なぜなぜ分析とは
Espero ter ajudado, mais duvidas ou caso queiram fazer um comentário favor colocar no campo de comentário abaixo.